domenica, gennaio 16, 2011

SHOCK VALUE


Melhor, a infidelidade supõe a memória: uma pessoa só pode ser fiel ou infiel àquilo de que se lembra (um amnésico não poderia nem manter nem trair sua palavra), e é nisso que fidelidade e infidelidade são duas formas opostas da lembrança, uma virtuosa, a outra não. A fidelidade é “a virtude do Mesmo”, dizia ainda Jankélévitch; mas num mundo em que tudo muda, e é o mundo, só há mesmo por obra da memória e da vontade. Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio, nem ama duas vezes a mesma mulher. Pascal: “Ele já não ama a pessoa que amava há dez anos. Acredito: ela não é mais a mesma, ele também não. Ele era jovem, ela também; ela está completamente diferente. Ele talvez ainda a amasse, tal como ela era então.” A fidelidade é a virtude do mesmo, pela qual o mesmo existe ou resiste. Por que eu manteria minha promessa da véspera, já que não sou mais o mesmo hoje? Por quê? Por fidelidade.
(...)
O amor infiel não é o amor livre: é o amor esquecidiço, o amor renegado, o amor que esquece ou detesta o que amou e que, portanto, se esquece ou se detesta. Mas será isso ainda amoR?'

AMOR, AMOR, SÓLIDO, AMOR NÃO ESBRAVEJA, MAS FENECE.  E SIM, A FLOR AMARELA PELAS MARGENS DO RIO NUNCA HAVERÁ DE SER A MESMA, À SEGUNDA OBSERVAÇÃO.  E SE O CIÚME TENTAR PISÁ-LA, QUE SE LEMBRE SEMPRE DISSO.  DO AMOR PROPRIAMENTE DITO.  O AMOR QUE, REJEITADO, RACHA O SUJEITO, E O ANIQUILA.  MAS NUNCA SE INSURGE CONTRA QUEM FOI PRATICADO.  SÓ POR ISSO, SENTIMENTO TÃO FORTE QUANDO RARO.  COERCITIVO.

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CI SIAMO QUATTRO. E LEGGIAMO ASSOLUTAMENTE TUTTO. DOPO TRE O QUATTRO MESI. E CINQUE O SEI BICCHIERI. DI VELENO.